Evidências indicam que os vikings não só chegaram à América do Norte, mas também interagiram com populações originárias, revelando um capítulo fascinante da história
Os vikings são frequentemente lembrados como conquistadores da Europa, mas menos conhecida é sua ousada exploração da América do Norte há cerca de mil anos.
A chegada dos nórdicos ao continente americano, muito antes de Cristóvão Colombo, deixou um legado de contatos breves e, possivelmente, conflitos com os povos originários.
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Novas descobertas arqueológicas e a análise de sagas nórdicas, como a de "Eiríkr hinn rauði — Erik, o Vermelho", revelam uma presença que foi tanto direta quanto indireta.
Neste artigo, exploraremos a complexa relação entre os vikings e as populações nativo americanas.
Viking: exploração e expansão ao Novo Mundo
A presença viking na América do Norte remonta ao final do primeiro milênio, quando exploradores da Groenlândia e da Islândia chegaram ao que hoje conhecemos como Canadá.
Para os vikings, o Novo Mundo era concebido como três grandes regiões: Helluland, Markland e Vinland. Helluland, que corresponde à atual Ilha de Baffin, foi a primeira porção do continente norte-americano avistada por eles durante suas expedições.
Mais ao sul, os vikings encontraram Markland, a atual costa do Labrador, uma fonte crucial de madeira para as colônias groenlandesas. Vinland, a mais rica das terras, é até hoje um mistério quanto à sua localização exata, mas acredita-se que esteja nas proximidades de Newfoundland ou New Brunswick.
Viking: contatos com os povos originários
Embora os vikings sejam conhecidos pela construção de um assentamento em L’Anse aux Meadows, no norte de Newfoundland, sua interação com os nativos americanos é amplamente debatida.
Acredita-se que os vikings tenham tido contato direto e indireto com diferentes grupos, como os Mi'kmaq e os ancestrais dos Beothuk, referidos nas sagas como "Skraelings".
Arqueólogos sugerem que essas interações foram marcadas tanto por comércio quanto por confrontos. Em Vinland, as sagas relatam encontros violentos com os "Skraelings", que usavam flechas e barcos cobertos de peles, uma descrição que coincide com as práticas nativas da região.
No Ártico, acredita-se que os vikings tenham tido contato com os povos Dorset e Thule, especialmente durante suas caçadas por marfim de morsa, um recurso valioso que impulsionou a economia viking.
Evidências Arqueológicas: o legado viking na América do Norte
A confirmação da presença viking na América do Norte veio com a descoberta de L’Anse aux Meadows em 1960, onde foram encontradas estruturas típicas de uma vila nórdica.
O assentamento, datado de cerca de 1021, é a única prova arqueológica definitiva de que os vikings chegaram à América do Norte. No entanto, outras evidências sugerem que essa presença pode ter sido mais ampla do que se pensava.
Achados arqueológicos como pontas de projéteis, cordas tecidas e utensílios de pedra, encontrados em diversos sítios no Ártico canadense, indicam que os vikings podem ter viajado e até acampado em áreas como a Ilha de Baffin e o Vale Tanfield.
A descoberta de um artefato conhecido como "O Bispo da Ilha de Baffin" — uma estatueta que apresenta características europeias — sugere um contato direto entre os vikings e os povos Thule da região.
O Impacto das descobertas recentes
Embora as evidências de um contato viking significativo com as populações nativo americanas sejam limitadas, o que foi encontrado até agora aponta para uma história de exploração curta, mas importante.
As sagas nórdicas, embora não totalmente precisas, oferecem vislumbres das interações entre os vikings e os povos nativos, que podem ter contribuído para a eventual desistência da colonização viking na América.
O comércio de marfim de morsa e peles no Ártico foi uma parte vital da economia nórdica na Groenlândia, e é possível que esses recursos tenham sido obtidos por meio de trocas com os nativos.
No entanto, o contato prolongado parece ter sido evitado, e a presença viking na América do Norte foi curta, possivelmente devido a pressões populacionais e dificuldades logísticas.
A história dos vikings na América do Norte é um capítulo fascinante da exploração global, repleto de mistérios e descobertas recentes.
Embora a extensão de seu contato com os povos originários permaneça em debate é inegável que os vikings deixaram sua marca no continente muito antes dos exploradores europeus do Século XV.
As evidências arqueológicas e as sagas nórdicas continuam a oferecerem pistas sobre esses pioneiros nórdicos que navegaram até o Novo Mundo em busca de riquezas e terras.
Este artigo foi parcialmente criado por Inteligência Artificial (IA). Para mais notícias sobre achados arqueológicos e história, continue acompanhando a Livros Vikings. Somos um site dedicado a trazer informações históricas e curiosidades sobre a Era Viking. Se você gostou deste artigo, compartilhe-o em suas redes sociais!
Referências
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KUITEMS, Margot et al. Evidence for European Presence in the Americas in AD 1021. Nature, v. 601, p. 388–391, 2022.
MCGHEE, Robert. The Last Imaginary Place: A Human History of the Arctic World. Nova York: Oxford University Press, 2005.
ODESS, Daniel; LORING, Stephen; FITZHUGH, William W. Skraeling: First Peoples of Helluland, Markland, and Vinland. In: FITZHUGH, William W.; WARD, Elisabeth I. (eds.). Vikings: The North Atlantic Saga. Washington: Smithsonian Books, 2000. p. 193-205.
WALLACE, Birgitta L. Westward Vikings: The Saga of L’Anse aux Meadows. St. John’s: Historic Sites Association of Newfoundland and Labrador, 2006.
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Excelente matéria a respeito da presença Viking na América do Norte muito antes de Colombo. Espero que publiquem mais artigos sobre tal tema. Infelizmente as escolas insistem com Colombo, na América do Norte, e Cabral, na América do Sul. Tenho 73 anos de idade e lembro-me que no meu Curso Primário, nos livros de História do Brasil, já se falava que os irmãos espanhóis Pinzon (Francisco Yanes Pinzon etc.) já haviam vindo no Brasil muito antes de Cabral (Ilha de Vera Cruz, Terra de Santa Crus e depois Brasil). Parabéns aos Vikings, lamento que não tenham ficado de vez na América do Norte, no atual Canadá. Deixaram as terras para os saqueadores e exploradores franceses e ingleses disputarem a posse.…