Com embasamento histórico científico, a Livros Vikings em parceria com o Núcleo de Estudos Vikings e Escandinavos/NEVE traz conteúdos informativos, em razão da Era Viking.
A Linguística Histórica é uma complexa área que se ocupa do estudo de linguagens passadas. Naturalmente, entender o modus operandi de línguas antigas requer muito estudo e dedicação. Este post não tem a ambição de explanar todas as particularidades das línguas nórdicas, mas de divulgar e simplificar um tema que pode ser nebuloso para muitos leitores brasileiros. Tendo em vista esse objetivo, resolvemos disponibilizar em língua portuguesa o texto a seguir, que foi retirado do site The Dockyards. Trata-se de um texto curto e didático para que o leitor tenha uma noção da língua e do sistema de escrita empregados pelos antigos povos nórdicos.
O nórdico antigo (em inglês, "Old Norse", comumente abreviado por ON) foi uma língua germânica falada pelos antigos habitantes indo-europeus da Escandinávia, assim como por seus descendentes nas colônias do Atlântico Norte durante a Era Viking (por exemplo, as Ilhas Faroé, Islândia, Groenlândia, Inglaterra, Irlanda e "Vinland", área correspondente ao Canadá atual). Foi a língua predominante na maioria desses territórios entre os séculos IX e XII, tendo sido usada como um dos principais meios de comunicação no que concerne à diplomacia, comércio e religião.
De acordo com pesquisas da Linguística Comparativa, o nórdico antigo foi descendente do proto-nórdico, uma língua indo-europeia anterior ao nórdico antigo que era falada na Europa Setentrional da Antiguidade Tardia até o início da Era Viking (século II até o século VIII). Dessa forma, temos: proto-nórdico >> nórdico antigo >> línguas nórdicas modernas (dinamarquês, sueco, islandês, norueguês).
O alfabeto usado pelo proto-nórdico e pelo nórdico antigo não era a escrita latina, a qual somos familiarizados, mas uma escrita rúnica (isto é, que emprega runas), conhecida como "futhark". A grosso modo, pode-se entender "runa" como uma letra do "alfabeto nórdico", que também poderia apresentar funções mágicas quando empregada para determinados fins. O site do Museu Nacional da Dinamarca fornece mais informações sobre magia rúnica.
Havia algumas diferenças entre o sistema rúnico do proto-nórdico e do nórdico antigo e, para tanto, criou-se o nome "Elder Futhark" (Futhark mais antigo) para referenciar a escrita rúnica do proto-nórdico e "Younger Futhark" (Futhark mais novo) para a escrita do nórdico antigo. O "Elder Futhark" foi empregado até o século VIII, seguido do "Younger Futhark" (século IX ao XII), que perpassou a Era Viking. Após a cristianização da Escandinávia, o uso do "Younger Futhark" gradualmente desvaneceu e foi substituído pelo alfabeto latino.
O nórdico antigo englobava três dialetos principais:
Nórdico antigo do Leste ("Old East Norse"; era falado nas regiões atuais da Dinamarca, sul da Suécia, Normandia e escassamente no Leste da Europa)
Nórdico antigo do Oeste ("Old West Norse"; era falado na região costeira da atual Noruega, Islândia, Ilhas Faroé, partes da Irlanda, Escócia e País de Gales)
Gotlandês antigo ("Old Gutnish"; era falado especificamente em Gotland, a maior ilha da Suécia)
Depois do fim da Era Viking, os dialetos do nórdico antigo se desenvolveram para as línguas germânicas do Norte modernas (dinamarquês, sueco, norueguês, islandês, feroês...).
FONTE: Núcleo de Estudos Vikings e Escandinavos/NEVE
FERREIRA, Andressa. Afinal, qual era a língua dos "vikings"? NEVE. João Pessoa, 30 de mar. de 2017. Disponível em: <http://neve2012.blogspot.com/2017/03/afinal-qual-era-lingua-dos-vikings.html>. Acesso em: 08 de fev. de 2022.
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Muito interessante que haja um local onde se estudam línguas antigas. (eugenio.accs.ecj@gmail.com) Em 14.11.24 / 5a. feira