Um estudo arqueológico recente revela como os vikings sobreviveram às dificuldades climáticas e alimentares por meio de práticas agrícolas resilientes
Índice
• Referências.
A vida na Era Viking era marcada por desafios constantes, incluindo flutuações climáticas e períodos de fome.
Estudos arqueológicos recentes, como o publicado no Journal of Archaeological Science (2024), lançam luz sobre como os vikings enfrentaram essas dificuldades por meio de adaptações agrícolas e dietéticas.
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Durante períodos de escassez, a combinação de práticas agrícolas resilientes e o uso de alimentos não convencionais foi crucial para a sobrevivência.
Este blog post examina essas práticas e a relação entre os vikings e sua adaptação ao ambiente.
A evolução da agricultura viking
A agricultura sempre foi o alicerce da economia viking, conforme revelado pela análise de restos arqueobotânicos em 39 sítios da Idade do Ferro e da Era Viking na Dinamarca [2].
Os vikings cultivavam principalmente cevada, uma planta resistente e adaptada ao clima escandinavo, que dominava a paisagem agrícola da época.
A introdução do arado de aiveca no Século III d.C. marcou uma transformação na eficiência da lavoura, permitindo a expansão do uso da terra.
Com o tempo, os vikings diversificaram suas fontes alimentares, aproveitando plantas nativas e introduzindo novas culturas.
A cevada com casca, por exemplo, tornou-se predominante devido à sua maior resistência a doenças e ao aumento do consumo de cerveja [2].
A estabilidade climática durante a Idade do Ferro tardia e a Era Viking permitiu o desenvolvimento de práticas agrícolas sustentáveis, que incluíam o uso de fertilizantes naturais e a rotação de culturas para manter a produtividade do solo.
A alimentação alternativa em tempos de escassez
Durante períodos de fome, os vikings recorriam a uma dieta diversificada que incluía alimentos não convencionais.
Na Suécia medieval, por exemplo, cascas de bétula eram misturadas com farinha de trigo, enquanto na Dinamarca, o pão era feito com centeio, cevada e ervas como candelária e bolotas [1].
Esses alimentos alternativos não eram a primeira escolha, mas serviam como medidas de emergência durante os anos de colheitas ruins.
Leia também: A dieta viking: o que os lendários vikings comiam?
Escavações em Nørre Fjand e Alrum, na Dinamarca, revelaram sementes de ansarina-branca e erva-bastarda, plantas que não eram comumente consumidas em tempos normais.
Essas sementes foram encontradas em contextos arqueológicos relacionados a períodos de crise alimentar, sugerindo que, em tempos de necessidade, essas plantas eram coletadas e utilizadas para complementar a dieta [1].
A conexão com o Homem de Tollund
O estudo das plantas consumidas pelos vikings se conecta diretamente com descobertas feitas nos famosos corpos do pântano, como o Homem de Tollund, encontrado na Jutlândia, Dinamarca.
Esse corpo, preservado por milhares de anos, continha em seu estômago vestígios de plantas como ansarina-branca, o que sugere um consumo ritualístico durante períodos de escassez [1].
Os pesquisadores apontam que a presença dessas plantas no estômago de vítimas sacrificiais pode indicar não apenas a necessidade de consumir alimentos alternativos, mas também um elemento simbólico ou ritualístico ligado ao medo da fome.
A inclusão dessas plantas na dieta pode ter servido como um lembrete dos anos de dificuldade e como uma tentativa de evitar futuros períodos de fome [1].
O impacto climático e a agricultura resiliente
O clima na Escandinávia passou por mudanças significativas ao longo da Idade do Ferro e da Era Viking.
Erupções vulcânicas no Século VI d.C., por exemplo, criaram a chamada "Pequena Idade do Gelo", que resultou em uma queda de temperatura de até 3,5°C na região [2].
Essa mudança afetou drasticamente as condições de cultivo, levando à necessidade de adaptação rápida nas práticas agrícolas.
A resiliência da agricultura viking foi mantida por práticas como a aplicação de estrume nos campos e a rotação de culturas.
Mesmo em condições climáticas adversas, como no período da Pequena Idade do Gelo, os vikings conseguiram manter a produção de cevada, garantindo um suprimento constante de alimentos, tanto para consumo direto quanto para a produção de cerveja [2].
A resiliência agrícola dos vikings, combinada com a capacidade de adaptação em tempos de escassez, foi essencial para sua sobrevivência em um ambiente muitas vezes hostil.
A mistura de alimentos tradicionais com plantas não convencionais permitiu que os vikings superassem períodos de fome, enquanto suas práticas agrícolas sustentáveis garantiram a continuidade da produção alimentar, mesmo em tempos de crise climática.
Estudos arqueológicos recentes lançam luz sobre a complexidade das práticas alimentares vikings, destacando como esses povos foram capazes de enfrentar os desafios ambientais e sociais de sua época.
Ao entender melhor essas práticas, podemos ampliar nossa compreensão sobre a adaptação humana em contextos de crise e mudança climática.
Este artigo foi parcialmente criado por Inteligência Artificial (IA). Para mais notícias sobre achados arqueológicos e história, continue acompanhando a Livros Vikings. Somos um site dedicado a trazer informações históricas e curiosidades sobre a Era Viking. Se você gostou deste artigo, compartilhe-o em suas redes sociais!
Referências
CAMPOS, Luciana de; LANGER, Johnni. A comida de fome dos Vikings: novo estudo arqueológico revela alimentos de sobrevivência. NEVE, 2024. Disponível em: https://neve2012.blogspot.com/2024/09/a-comida-de-fome-dos-vikings-novo.html.
CHRISTENSEN, Lotte Bach et al. Farming during turbulent times: Agriculture, food crops, and manuring practices in Bronze Age to Viking Age Denmark. Journal of Archaeological Science, 2024. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2352409X2400364X.
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