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Navio Viking: uma maravilha da engenharia do mundo antigo

Atualizado: 24 de jan. de 2023

Os navios de guerra vikings foram os favoritos dos nórdicos, pois eram rápidos e adaptáveis ​​às várias condições.


Navio viking: uma maravilha da engenharia do Mundo Antigo.
(Crédito da Imagem: Aerophoto/Shutterstock)

Ainda hoje, um navio viking é o tipo de coisa que desperta medo e respeito. Na frente, você se depara com um dragão (ou outra criatura) esculpido em arco, enquanto as laterais revelam uma fileira de escudos redondos que não predizem exatamente uma troca marítima pacífica.


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Durante a Era Viking, que durou aproximadamente do final do Século VIII a meados do Século XI, os nórdicos usavam esses ágeis navios para se expandir de terras geladas, ilhas e fiordes — que eles chamavam de lar no norte da Europa — para viajar e invadir, chegando a Newfoundland a oeste, Rússia a leste e ao Mar Mediterrâneo ao sul. Muitos vikings até conquistaram reinos nas Ilhas Britânicas e na Europa continental, casando-se com as populações locais para criar uma herança mista que permanece até hoje em lugares como a Normandia, Inglaterra e Escócia.


Por que esses barcos tiveram tanto sucesso? Por meio de uma combinação de velocidade, durabilidade e adaptabilidade a uma variedade de condições, afirmou um especialista.


“Esses ataques que eles conduziam eram algo extraordinário na época, pelo menos no início da Era Viking”, disse Morten Ravn, coordenador de pesquisa e curador do Museu do Navio Viking na Dinamarca e um viking em treinamento.


(Crédito da Imagem: Sergey-73/Shutterstock)

O início de uma era

Antes de serem vikings, os escandinavos sempre confiaram muito no mar que circunda os países escandinavos. Muitos desses barcos mais antigos eram bastante menores do que os famosos barcos longos. Ravn disse que os nórdicos teriam usado barcos menores construídos com pranchas de madeira e canoas manufaturadas a partir de árvores grossas, cujos troncos eram escavados. Essas embarcações eram em grande parte impulsionadas a remo, de acordo com as evidências arqueológicas. Embora os europeus do norte certamente tivessem algum contato com as províncias romanas cerca de 2.000 anos atrás e provavelmente tivessem algum conhecimento da tecnologia de velas, os arqueólogos nunca encontraram qualquer evidência, seja em achados de navios ou representações, de que os escandinavos usassem velas até os Séculos VII ou VIII.


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“Pode ser que simplesmente não tenhamos encontrado os achados do navio onde poderíamos ver essa tecnologia sendo usada”, disse Ravn. Entretanto, essa linha do tempo faz sentido quando se entende o porquê de o povo escandinavo começar a se expandir por meio de viagens marítimas mais longas e ataques, cerca de 1.200 anos atrás.


Na época em que começaram a usar a vela, os escandinavos certamente seriam bem versados ​​em carpintaria, já que a maioria de suas casas e povoados eram construídos com madeira. “Eles definitivamente já teriam excelentes habilidades na seleção de madeiras adequadas e no uso desses recursos em diferentes projetos de construção”, disse Ravn. A combinação de seu conhecimento de construção com a tecnologia de navegação provavelmente levou à construção dos primeiros barcos.


Navegando no Mar

Os pesquisadores ainda debatem sobre como os vikings conseguiam navegar em mar aberto em viagens que os levaram a terras distantes como a Islândia, Groenlândia e até mesmo o leste do Canadá. Na série Vikings, o personagem principal Ragnar Lothbrok é mostrado usando uma espécie de bússola em um balde junto com uma pedra especial do sol que revela a posição solar em dias nublados. Infelizmente, há poucas evidências arqueológicas para indicar que os vikings fizeram uso de tais tecnologias, disse Ravn — ainda assim, ele acredita que os vikings não teriam tal necessidade na maioria dos casos de qualquer maneira.


Ravn disse que os vikings também podiam ter feito algum uso das estrelas e do sol para navegar. Sinais como pássaros podem dizer aos marinheiros que a terra está próxima, enquanto o comportamento dos peixes ou dos mamíferos marinhos também podem dar pistas, disse ele. Os padrões das ondas podem revelar praias ou penhascos distantes e os marinheiros experientes podiam até sentir a diferença do cheiro antes mesmo de colocarem os olhos em terra firme. Contudo, a exceções, como a viagem à Islândia ou a Newfoundland, Ravn disse que os navios vikings em grande parte cercavam o litoral em suas viagens.


Bater e Correr

Muitos estudiosos marcam o início da Era Viking em 793 d.C., com um violento ataque a um mosteiro cristão em Lindisfarne, uma ilha na costa de Northumberland. Desde o início, os barcos longos teriam sido particularmente adequados para manobras como essa.


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Os navios provavelmente foram construídos com um componente psicológico em mente. Os escudos provavelmente foram colocados ao lado, em parte devido ao espaço relativamente pequeno para a tripulação, mas também criam uma aparência ameaçadora. Ravn disse que as velas e os cascos eram frequentemente coloridos, e símbolos poderosos e assustadores, como dragões, eram esculpidos nas hastes das proas. “Ter esses navios simbolizando poder e esplendor foi muito importante para os vikings”, disse ele. “Vendo uma frota desses navios chegar, você também ficaria bastante intimidado.”


As velas teriam permitido a esses navios grande velocidade quando o vento estava favorável. Mas as embarcações também foram equipadas com fileiras de bancos e remos para que a tripulação ainda pudesse bater uma abordagem rápida ou recuar em dias calmos.


Ravn disse que as duas estratégias para mover esses barcos teriam ajudado os vikings a realizar pousos rápidos e precisos nas praias. Ele fala por experiência pessoal como um viking em treinamento — o Museu do Navio Viking, onde ele trabalha, reconstruiu vários barcos vikings usando métodos tradicionais em um esforço para entender mais sobre a técnica de construção. Eles os levaram para o mar, e os experimentos conduzidos pelo museu mostraram que, no momento em que os navios fossem avistados pela primeira vez no mar, a primeira leva de guerreiros a atracar na praia levaria apenas uma hora.


Os cascos dos navios também ficavam muito altos na água — os barcos mergulhavam menos de um metro abaixo da linha d'água. Isso teria permitido que navios longos entrassem em águas muito rasas sem diminuir a velocidade, permitindo depósitos de tropas rápidos e ataques anfíbios eficazes. Ravn disse que os navios podiam até mesmo ser reunidos lado a lado, ou usar pranchas para atuar como pontes, dando aos guerreiros acesso mais rápido à costa.


Pequenos ataques irromperiam no século seguinte, até a época em que os exércitos viking conquistariam os reinos europeus. Ravn disse que os vikings também fizeram uso de navios de carga menos adaptáveis ​​durante esse período, os quais podiam transportar equipamentos e suprimentos para os exércitos.


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A experiência de Ravn como membro da tripulação em barcos reconstruídos ensinou-lhe que a vida a bordo poderia ser muito restrita. Os guerreiros teriam que trabalhar bem juntos apenas para operar as embarcações, disse ele — no entanto, as experiências também produziram fortes laços pessoais. “Tudo isso cria uma comunidade muito unida e bem organizada”, disse Ravn. “É uma experiência muito especial.” Essa conexão bem unida entre os guerreiros os teria servido mais tarde, durante os seus ataques.


Organização, marinharia e tecnologia teriam se combinado para dar aos vikings uma vantagem a partir do final do século VIII. Contudo, ao mesmo tempo que outros europeus eram vitimados pelos vikings, eles também estavam aprendendo a resistir a esse tipo de ataque. Em meados do Século XI, populações mistas de vikings e europeus conheciam suas táticas marítimas. O rei normando Guilherme, o Conquistador — ele mesmo descendente do Viking Rollo, derrotou os ingleses na Batalha de Hastings em 1066 e foi coroado rei. Alguns outros grandes ataques vikings ocorreram no século seguinte ou mais em diferentes partes das Ilhas Britânicas e da Europa, mas eles eram frequentemente repelidos.


FONTE: Discover Magazine

LEARN, Joshua Rapp. The Viking Longship: An Engineering Marvel of the Ancient World. Discover Magazine. Waukesha, 16 de jun. de 2021. Disponível em: <https://www.discovermagazine.com/planet-earth/the-viking-longship-an-engineering-marvel-of-the-ancient-world>. Acesso em: 17 de jun. de 2021. (Livremente traduzido pela Livros Vikings)


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