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Novos segredos revelados: como os vikings usavam cavalos de terras distantes em seus rituais sagrados

Novas descobertas revelam que os vikings usavam cavalos importados em rituais, trazendo à tona segredos sobre suas conexões e crenças

 

LIvros Vikings | Novos segredos revelados: como os vikings usavam cavalos de terras distantes em seus rituais sagrados
Ritual de sacrifício de cavalos na Era Viking, realizado em uma floresta escandinava. O ambiente solene e tradicional reflete a profundidade espiritual e simbólica desses rituais sagrados. — Crédito da Imagem: DALL·E

A Era Viking continua a revelar mistérios fascinantes à medida que novas pesquisas arqueológicas e científicas nos oferecem uma compreensão mais profunda desses enigmáticos nórdicos.

 

Em um estudo recente publicado pela Science Advances, uma equipe internacional de pesquisadores liderada pela Dra. Katherine French fez descobertas surpreendentes sobre os sacrifícios de cavalos praticados pelos últimos pagãos do Oeste Europa.

 

Esta pesquisa traz à tona a importância desses rituais e revela que os cavalos usados em cerimônias funerárias não eram apenas locais, mas também "importados" de grandes distâncias.

 

O Mistério dos Sacrifícios de Cavalos Vikings

Na mitologia nórdica, os cavalos eram frequentemente associados aos Deuses e às viagens ao mundo espiritual.

 

Essas criaturas majestosas desempenhavam um papel central nos rituais funerários e eram enterradas juntas com os seus donos como parte de uma oferta simbólica para assegurar uma passagem segura ao além.

 

No entanto, o estudo liderado pela Dra. French desafia algumas suposições anteriores, mostrando que nem todos os cavalos sacrificados eram obtidos localmente.

 

Os pesquisadores analisaram restos mortais de cavalos encontrados em cemitérios da Rússia e da Lituânia, datados da Era Viking tardia.


Livros Vikings | Mapa da região do Báltico Oriental. Localização dos sítios de pesquisa e valores de estrôncio bioacessível para a região do Báltico Oriental. — Crédito da Imagem: Katherine French
Mapa da região do Báltico Oriental. Localização dos sítios de pesquisa e valores de estrôncio bioacessível para a região do Báltico Oriental. — Crédito da Imagem: Katherine French

Usando técnicas avançadas de análise biomolecular, como a análise de isótopos de estrôncio, foi possível identificar que muitos desses cavalos foram transportados de regiões como a Escandinávia e o Norte da Europa, percorrendo até 1.500 km para serem sacrificados nesses rituais.

 

Esse achado sugere que o prestígio e o valor simbólico desses animais vinham, em parte, da sua origem distante.

 

Livros Vikings | Dispersão dos resultados de estrôncio. Resultados de estrôncio em dentes de cavalos de formação precoce e tardia em todos os sítios do projeto. As áreas sombreadas em cinza representam a linha de base local de estrôncio. — Crédito da Imagem: Katherine French
Dispersão dos resultados de estrôncio. Resultados de estrôncio em dentes de cavalos de formação precoce e tardia em todos os sítios do projeto. As áreas sombreadas em cinza representam a linha de base local de estrôncio. — Crédito da Imagem: Katherine French

Cavalos Escandinavos e Sacrifícios no Báltico

A análise detalhada dos restos de 74 cavalos revelou que grande parte dos animais sacrificados veio de regiões como a Suécia e a Finlândia, desafiando a antiga crença de que os cavalos eram todos locais.


Essa descoberta foi possível graças à técnica de análise de isótopos de estrôncio, que permite rastrear a origem dos animais com base nos elementos químicos encontrados nos dentes dos cavalos.

 

Esses elementos são absorvidos durante a alimentação e ficam registrados no esmalte dos dentes, fornecendo uma espécie de “impressão digital” que os arqueólogos podem usar para mapear a vida desses animais.

 

A surpresa maior veio com a descoberta de que não havia uma preferência clara pelo sexo dos cavalos sacrificados, como se acreditava anteriormente.


A análise genética mostrou que aproximadamente um terço dos animais era composto de éguas, o que sugere que o prestígio do animal residia mais na sua origem geográfica do que no fato de ser um garanhão, como se supunha.

 

Sacrifícios e simbolismo: um olhar para o passado

O sacrifício de cavalos não era um evento qualquer; ele tinha um peso simbólico profundo na cultura pagã.

 

Rituais envolvendo esses animais estavam ligados tanto a cerimônias religiosas quanto a ritos de passagem.

 

A descoberta de ossos de cavalos, às vezes ao lado de restos humanos, indica que esses animais possuíam um significado espiritual relevante.



Em muitas culturas pré-cristãs da Europa, o cavalo era visto como um mediador entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos.

 

Segundo a Dra. Katherine French, o estudo mostra que esses sacrifícios não eram eventos isolados, mas parte de uma prática ritual ampla e complexa que envolvia não apenas as comunidades locais, mas também uma rede maior de comércio e troca cultural entre diferentes regiões do norte da Europa, tal qual explicou:

 

Essas evidências reforçam a ideia de que os cavalos importados tinham grande valor simbólico e prestígio. A presença de cavalos de lugares distantes em rituais funerários revela a importância das conexões comerciais e culturais da Escandinávia com outras regiões da Europa.

 

Novas perspectivas sobre o comércio viking

A descoberta dos cavalos importados não só lança luz sobre as práticas funerárias, mas também oferece novas perspectivas sobre as rotas comerciais dos vikings.


Livros Vikings | Mapa das possíveis origens dos cavalos forasteiros. Razão de verossimilhança (LR) para as origens geográficas das amostras de cavalos altamente radiogênicos, utilizando o método e modelo de Hoogewerff. — Crédito da Imagem: Katherine French
Mapa das possíveis origens dos cavalos forasteiros. Razão de verossimilhança (LR) para as origens geográficas das amostras de cavalos altamente radiogênicos, utilizando o método e modelo de Hoogewerff. — Crédito da Imagem: Katherine French

Durante a Era Viking, as rotas comerciais se estendiam da Islândia e da Grã-Bretanha, no Oeste, até o Império Bizantino e o mundo árabe, no Leste.

 

O comércio não era restrito a mercadorias como peles, metais preciosos e escravos, mas também envolvia animais de prestígio, como os cavalos.


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Um achado notável que corrobora essa teoria foi a descoberta de um peso comercial no túmulo de um dos cavalos, sugerindo o envolvimento direto dessas criaturas nos elaborados sistemas de comércio da época.

 

Esse peso, usado pelos comerciantes vikings, indica que os cavalos desempenhavam um papel vital não apenas nos rituais religiosos, mas também na economia viking.

 

Técnicas modernas, descobertas antigas

A equipe de pesquisa usou técnicas de ponta, como a já mencionada análise de isótopos de estrôncio, para desvendar os segredos dos sacrifícios de cavalos.

 

Além disso, métodos de análise genética foram cruciais para identificar o sexo dos animais e sua origem, enquanto as análises químicas forneceram informações sobre a dieta dos cavalos, ajudando a reconstruir sua jornada antes de serem sacrificados.

 

Essas tecnologias têm sido cada vez mais utilizadas na arqueologia moderna para fornecer respostas precisas a questões que antes só podiam ser especuladas.

 

No caso desse estudo, as técnicas biomoleculares permitiram aos pesquisadores rastrearem rotas comerciais, práticas culturais e até aspectos simbólicos da sociedade viking com um nível de detalhe sem precedentes.

 

O legado dos sacrifícios de cavalos

O estudo da Dra. Katherine French e sua equipe desafia as narrativas simplistas sobre os vikings e oferece uma visão mais rica e complexa sobre suas práticas rituais e comerciais.

 

O fato de cavalos serem transportados de regiões tão distantes para rituais funerários mostra o nível de sofisticação e organização das sociedades vikings, que iam muito além das incursões e batalhas narradas nas sagas.



Essas descobertas também nos convidam a repensar a maneira como vemos o sacrifício de animais em rituais religiosos.

 

Longe de serem apenas eventos brutais, esses sacrifícios eram atos profundamente simbólicos, que conectavam os vivos aos mortos e aos deuses, e demonstravam a posição social e as conexões de quem os realizava.

 

Este artigo foi parcialmente criado por Inteligência Artificial (IA). Para mais notícias sobre achados arqueológicos e história, continue acompanhando a Livros Vikings. Somos um site dedicado a trazer informações históricas e curiosidades sobre a Era Viking. Se você gostou deste artigo, compartilhe-o em suas redes sociais!

 

Referência

FRENCH, Katherine M., et al. Biomolecular evidence reveals mares and long-distance imported horses sacrificed by the last pagans in temperate Europe. Science Advances, 17 May 2024. DOI: 10.1126/sciadv.adq3529.

 

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1 Comment

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Guest
Sep 30
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Trata-se de um estudo muito importante. Infelizmente os equinos foram muitas vezes sacrificados por razões aparentemente religiosas. Normal para os Vikings, naquela época. Mas acho um absurdo que um povo que cresceu tanto, que aparentemente eram pessoas com tinham sabedoria, terem crenças deste tipo. Enfim, nos dias de hoje ocorrem cerimônias ilegais de bruxaria, conforme a polícia descobre e a imprensa divulga. Se em 2024 acontecem fatos estúpidos, imagino naquela época. (eugenio.accs.ecj@gmail.com) Em 30 set 2024 / 2a. feira

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