A fascinante investigação sobre a existência da única guerreira viking conhecida até hoje, arruína os estereótipos desse povo escandinavo.
Os vikings são conhecidos pelos seus cabelos loiros-avermelhados, pelas barbas trançadas e pelos seus drakkars coloridos. O povo fundador das sociedades escandinavas, continua popular no inconsciente coletivo, apesar de sua reputação de guerreiros sedentos por sangue, graças ao terror que fez reinar na Europa entre os Séculos V e XI. O documentário de Aleksandar Dzerdz repentinamente explode essa mistura de ignorância e lugar-comum, alegando provar a existência da primeira guerreira viking conhecida até hoje. Ao nos levar de volta a uma investigação científica ao longo de mais de um século e meio, ele também restabelece a parte da realidade no mito do Viking (originalmente uma palavra masculina) e mina um bom número de estereótipos.
São precisamente os clichês que mais dificultam os estudos lançados a partir de 1878, quando o túmulo BJ 581 foi descoberto no cemitério viking de Birka, na ilha de Björko, na Suécia, o maior já referenciado e classificado como Patrimônio Mundial da UNESCO. Para voltar no tempo, o documentário usa sabiamente reconstruções 3D de alta definição, cenas gravadas em cenários reais, testemunhos de cientistas (geralmente em inglês, mas muito compreensíveis) e muitos e raros documentos, gravuras, pinturas, livros antigos, cujos mais impressionantes são os desenhos a lápis feitos pelo arqueólogo Hjalmar Stolpe entre 1878 e 1889.
Lembretes históricos precisos
À primeira vista, BJ 581 tem todos os atributos de um chefe de guerra: dois cavalos enterrados ao seu lado, a posição sentada, a presença de um grande arsenal — pontas de flechas, punhal, machado, espada —, mas também, bolas de madeira usadas para se jogar um xadrez ancestral e atestar, que de fato, o guerreiro enterrado era um estrategista.
Os lembretes históricos são precisos, como quando mencionaram a conquista territorial Viking e a descoberta da América cinco séculos antes de Cristóvão Colombo.
Em 1975, um jovem arqueólogo, Berit Vilkans, retomou o estudo dos ossos, notou a largura da pelve, a delicadeza de uma tíbia e reconstruiu o esqueleto usando os desenhos de Stolpe. Suas conclusões foram formais: o chefe guerreiro é na verdade uma mulher. Mas por falta de uma caveira — o BJ 581 continuou sendo um homem por muito tempo... até que a investigação foi reaberta em 2017 e o DNA falou, mil anos após o funeral.
Birka, os mistérios de um chefe viking, de Aleksandar Dzerdz (Fr., 2019, 60 min). rmcdecouverte.bfmtv.com/birka-les-mysteres-dun-chef-viking/program_7029
FONTE: Le Monde PACARY, Catherine. Le chef de guerre viking était une femme, sur RMC Découverte. Le Monde. Paris, 24 de mar. de 2020. Disponível em: <https://www.lemonde.fr/culture/article/2020/03/24/le-chef-de-guerre-viking-etait-une-femme-sur-rmc-decouverte_6034281_3246.html>. Acesso em: 30 de mar. de 2020. (Livremente traduzido pela Livros Vikings) Seja uma das primeiras pessoas a receber as novidades do Mundo Viking, assinando a nossa Newsletter ou adicionando-nos em seu WhatsApp... Siga-nos nas Redes Sociais. #viking #vikings #eraviking #medieval #funeralviking #vikingwarrior #guerreiroviking #femalevikingwarrior #guerreiraviking #suécia #vikingssuécos #livrosvikings
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