Uma nova e detalhada pesquisa sobre os pentes de cabelo feitos de chifres de rena desvenda um fascinante capítulo das rotas comerciais da Era Viking.
Essa descoberta revela conexões profundas entre o norte da Escandinávia e as margens da Europa continental.
Análise biomolecular viking
Liderada por especialistas da Universidade de York, esta pesquisa é fundamental para confirmar a existência das rotas comerciais, tudo graças à análise biomolecular de pentes de chifre de rena encontrados em Hedeby.
Hedeby, que outrora fora o maior centro urbano da Era Viking da Europa, desempenhou um papel crucial na produção de artefatos de chifre.
Com 288.000 descobertas de chifre registradas — a maioria sendo resíduos da fabricação de pentes de cabelo — fica claro que essa era uma atividade artesanal urbana de grande importância nos tempos vikings.
Chifre de rena viking
A análise revelou que impressionantes 85-90% desses pentes eram feitos de chifre de rena.
No entanto, as manadas de renas só eram encontradas no norte da Escandinávia. Isso nos leva a duas intrigantes conclusões: ou os próprios pentes ou os chifres dos quais foram feitos eram importados.
Estudos anteriores revelaram que apenas 0,5% dos resíduos da produção de artefatos de chifre em Hedeby eram de renas, e não existem evidências de fabricação dessa fase inicial.
Portanto, é quase certo que esses pentes tenham sido produzidos em outro local. Isso lança luz sobre a existência de contatos marítimos de longo alcance em grande escala e frequentes entre Hedeby e o Norte, já no ano 800 d.C.
Era Viking na Grã-Bretanha: novas descobertas
O Dr. Steven Ashby, do Departamento de Arqueologia da Universidade de York, enfatiza a importância desta pesquisa para compreender o comércio e as viagens na Era Viking na Grã-Bretanha e na Escandinávia, destacando:
O trabalho em Hedeby é particularmente interessante, pois nos fala sobre as conexões entre as montanhas do interior ou da Escandinávia ártica e essa grande cidade na entrada da Europa continental, e aponta para uma janela no século IX quando esses vínculos do norte devem ter sido particularmente fortes.
Próximos passos
O próximo projeto empolgante da equipe usará análises biomoleculares de artefatos para examinar o movimento e a interação em todo o mundo Viking, desde a Groenlândia até o Báltico.
Para saber mais sobre essas descobertas fascinantes, não deixe de conferir o artigo "In the footsteps of Ohthere: biomolecular analysis of early Viking Age hair combs from Hedeby (Haithabu)”, publicado na prestigiosa revista Antiquity.
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FONTE: University of York
VIKING trade connections stretched over hundreds of kilometres to the Arctic, research shows. University of York. York, 18 de set. de 2023. Disponível em: <https://www.york.ac.uk/news-and-events/news/2023/research/viking-trade-connections-stretched-to-the-arctic/>. Acesso em: 18 de set. de 2023. (Livremente adaptado pela Livros Vikings)
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