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Tecnologia Marítima Viking: como a Cultura Pitted Ware abriu caminho para as viagens de longa distância

Atualizado: há 7 dias

A Cultura Pitted Ware, anterior aos vikings, utilizava barcos de pele para navegação em mar aberto, influenciando as futuras inovações vikings

 

Livros Vikings | Tecnologia Marítima Viking: como a Cultura Pitted Ware abriu caminho para as viagens de longa distância
Imagem de arte rupestre de possível barco de pele transportando duas renas. — Crédito da Imagem: Martin Kristoffer Hykkerud. (Foto do Verdensarvsenter for Bergkunst — Museu de Alta / Journal of Maritime Archaeology)

A Cultura Neolítica Pitted Ware (PWC), que prosperou na Escandinávia entre 3500 e 2300 a.C., sempre intrigou arqueólogos por sua forte dependência de recursos marinhos, principalmente de focas, enquanto outras culturas da época adotavam a agricultura.

 

Novas pesquisas sugerem que a PWC pode ter usado barcos de pele para comércio de longa distância, viagens e caça de focas, oferecendo insights sobre as tecnologias marítimas avançadas da Escandinávia pré-histórica.

 

A Cultura Pitted Ware e seu foco no mar

As sociedades de caçadores-coletores da PWC eram altamente adaptadas aos ambientes marítimos, pescando, caçando, viajando e comercializando grandes distâncias sobre a água.

 

No entanto, a pergunta sobre o tipo de barco que utilizavam ainda permanece sem resposta definitiva.

 

A PWC se originou no Leste e se estabeleceu na atual Suécia, Dinamarca e Finlândia durante os períodos Neolítico Inicial e Médio. Recebeu esse nome por causa de sua cerâmica característica, marcada por cavidades circulares profundas.


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Enquanto outras comunidades neolíticas da Europa abraçavam a agricultura, a PWC manteve seu foco na caça e pesca, o que exigia barcos eficientes para navegar no Mar Báltico e em seus arredores. Todavia, poucos restos de barcos foram encontrados.

 

A hipótese dos barcos de pele na Cultura Viking

O Dr. Mikael Fauvelle e seus colegas, em um estudo publicado no Journal of Maritime Archaeology, propõem que a PWC pode ter utilizado barcos de pele, além das canoas escavadas, para realizar as longas viagens marítimas.

 

Esses barcos, construídos com peles de animais esticadas sobre armações de madeira ou ossos, teriam sido mais adequados para viagens de longa distância em mar aberto.

 

Barcos de pele já eram usados por outras culturas indígenas, como os inuítes, oferecendo maior flutuabilidade, flexibilidade e durabilidade em comparação com as canoas escavadas.

 

A ausência de evidências diretas de barcos de pele na Escandinávia pode ser explicada pela rápida deterioração desses materiais em contextos arqueológicos.


Ao contrário das canoas de madeira, que podem sobreviver em condições anaeróbicas, como em lagos e pântanos, os barcos de pele se decompõem rapidamente.

 

Por isso, os pesquisadores dependem de evidências indiretas, como armações de barco feitas de ossos e chifres de rena, juntamente com arte rupestre, ferramentas e restos faunísticos, para sustentar a hipótese.

 

Evidências indiretas para o uso de barcos de pele

Algumas pistas indicam o possível uso de barcos de pele pela PWC. Por exemplo, armações de barco feitas de chifres de rena, recuperadas no norte da Alemanha, e armações de ossos encontradas na Suécia podem ter sido usadas para costurar peles em estruturas de barco.

 

Esses artefatos datam do Mesolítico até o Neolítico, e até a Idade do Bronze, sugerindo que a tecnologia dos barcos de pele era conhecida e usada na região.

 

Outro indício vem da arte rupestre encontrada no norte da Escandinávia, datada do mesmo período da PWC. As imagens retratam cenas de caça de focas, pesca e caça de baleias, todas atividades centrais para a vida da PWC.

 

Ainda mais intrigante, os barcos representados nessas obras de arte lembram os barcos Umiak de pele, usados pelos inuítes no Ártico, feitos de peles de animais esticadas sobre armações de madeira, ideais para viagens marítimas de longa distância.

 


As figuras nas gravuras aparecem em barcos semitransparentes, uma característica comum dos barcos de pele quando iluminados pelo sol.

 

Além disso, a arte rupestre mostra barcos com proas semelhantes a cabeças de animais, evocando os suportes de arpões usados nos Umiaks.

 

Esses suportes, projetados para segurar ferramentas de pesca, davam aos barcos a aparência de ter cabeças de animais quando vistos de perfil. Esse detalhe visual apoia a hipótese de que os barcos da PWC podem ter sido semelhantes em design e função aos barcos de pele Umiak.

 

Óleo de foca, ferramentas e o papel das focas

Os restos faunísticos e as ferramentas encontradas em sítios da PWC reforçam ainda mais a ideia do uso de barcos de pele.

 

As focas eram um recurso crucial para a PWC, fornecendo não apenas alimento, mas também matérias-primas para roupas, tendas e possivelmente barcos. A PWC caçava focas em grandes quantidades, e seus ossos, juntamente com restos de peixes, dominam os vestígios faunísticos nos sítios da PWC.

 

Embora os ossos de foca não fossem comumente usados para fazer ferramentas, suas peles e óleos eram provavelmente essenciais para impermeabilizar os barcos de pele.

 

Raspadores, usados para processar peles, são abundantes nos sítios da PWC. Somam-se a isso as sovelas, que provavelmente eram usadas para costurar peles, também foram encontradas e são grandes demais para a fabricação de roupas, sugerindo que eram usadas para projetos maiores, como barcos ou tendas.

 


O óleo de foca, encontrado em grandes quantidades, seria indispensável para manter os barcos de pele impermeáveis, já que esses barcos exigiam reaplicações frequentes de óleo.

 

Curiosamente, enquanto o óleo de foca continuou sendo usado ao longo do Neolítico, ele foi eventualmente substituído por piche na Idade do Bronze, um material necessário para impermeabilizar barcos costurados com tábuas de madeira.

 

Essa mudança na tecnologia de construção de barcos acompanhou as mudanças sociais e tecnológicas mais amplas, incluindo a adoção da agricultura e o surgimento de novas redes comerciais.

 


Nova perspectiva sobre as atividades marítimas da PWC

A hipótese de que os grupos da PWC usavam barcos de pele oferece uma explicação convincente para sua extensa caça de focas e viagens marítimas de longa distância. As canoas escavadas, embora úteis para vias navegáveis internas, seriam inadequadas para a navegação em mar aberto.

 

Por outro lado, os barcos de pele teriam permitido à PWC caçar focas em ilhas remotas e comercializar com culturas vizinhas.

 

A hipótese de que a Cultura Pitted Ware usava barcos de pele para navegação em mar aberto nos oferece uma nova perspectiva sobre as habilidades marítimas e o estilo de vida dessa sociedade pré-histórica.

 

Embora não sejam vikings no sentido tradicional, os avanços marítimos da PWC podem ter influenciado as culturas escandinavas que viriam depois, incluindo a própria Era Viking.

 

Essas descobertas reforçam a importância de entender as culturas que precederam os vikings, lançando luz sobre a evolução das técnicas de navegação e a expansão das redes comerciais no norte da Europa.

 

Este artigo foi parcialmente criado por Inteligência Artificial (IA). Para mais notícias sobre achados arqueológicos e história, continue acompanhando a Livros Vikings. Somos um site dedicado a trazer informações históricas e curiosidades sobre a Era Viking. Se você gostou deste artigo, compartilhe-o em suas redes sociais!

 

Referência

MANNERS, Gary. Scandinavians Were Building Advanced Boats Way Before the Viking Era. Ancient Origins. Kildare, 11 de set. de 2024. Disponível em:  <https://www.ancient-origins.net/news-history-archaeology/skin-boats-scandinavia-0021413>. Acesso em: 12 de set. de 2024.

 

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1 Comment

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Guest
Sep 13
Rated 5 out of 5 stars.

Só tenho elogios para todas as informações que venho recebendo. Já li o livro do Neil Price, achei interessante, mas muito confuso em algumas partes. (eugenio.accs.ecj@gmail.com) 13.março.24 / 6a. feira

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