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Um berserkr viking na vida real

Atualizado: 1 de fev. de 2023

Muitos mitos e lendas cercam os vikings. Conhecida por seus atacantes ferozes, exploradores corajosos e comerciantes competentes, a Era Viking durou de aproximadamente 793 d.C. a 1066 d.C. Deve-se notar, no entanto, que grande parte de sua história não foi escrita por sua perspectiva e, portanto, é distorcida. Sabe-se que apenas duas obras literárias, a Edda em Prosa e a Edda Poética (ainda que posteriores à Era Viking), além de algumas sagas sobreviveram aos séculos. Os historiadores estão agora olhando para os vikings sob uma luz diferente, devido às recentes evidências que desmentem muitos dos mitos sobre os "selvagens pagãos" do Norte.


Fonte da Imagem: Bavi Power

Os historiadores modernos caracterizam os vikings mais como comerciantes de peles do que como selvagens sedentos por sangue, como costumavam a ser retratados. As mais bárbaras e exageradas dessas histórias vikings eram dos Berserkir. Dizia-se que eram guerreiros vikings furiosos e solitários que não usavam nada além de uma pele de urso (ou um "casaco de urso" que, em nórdico antigo, é pronunciado "bjorn-serkr" - soa familiar?), que usavam drogas psicodélicas para bloquear a dor e destruir qualquer um que fosse tolo o suficiente de cruzar com os seus machados. Embora não estejam totalmente errados, esses são definitivamente exageros.



Primeiro de tudo, havia três cultos de guerreiros diferentes que geralmente eram agrupados na mesma categoria. Eles são os conhecidos Berserkir (cujos casacos de urso são frequentemente atribuídos à adoração a Thor, Týr ou Odin), os Ulfhednar (que usavam casacos de lobo para Odin) e os Svinflylking (que usavam casacos de javali para Freya). Cada um lutou em devoção a deuses nórdicos diferentes e assumia o aspecto do animal cuja pele usava.


Esses agrupamentos tribais contradizem o estereótipo de "selvagem solitário". Todos os Berserkir — especialmente os casacos de lobo — eram usados em combate como complemento aos outros vikings. Os reis escandinavos usavam os Berserkir como tropas de choque para aumentar as suas forças. A pele que usavam era semelhante em função às insígnias das unidades modernas. Você poderia dizer quem era um berserkr no campo de batalha por seu "grito de guerra", como morder o escudo.


Em segundo lugar, a pele que os definia também não era a única coisa que eles usavam. Por mais intimidador que fosse ver um viking corpulento vestindo apenas um casaco de urso, tinta de guerra e o sangue de seus inimigos, esse tipo de roupa não era nem de longe tão comum quanto o mito que você acredita. A Saga Volsung corrobora a ideia de um guerreiro frenético, quase nu, mas logicamente falando, as tundras congeladas da Escandinávia seriam muito frias para passar semanas exibindo o que Odin lhes deu a seus inimigos. Eles podem não ter usado as cotas de malha — o que era muito comum entre os vikings, pois as invasões costeiras enferrujavam o ferro —, contudo as esculturas em madeira sugerem que eles usavam calças.


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Finalmente, chegamos ao mito sobre os alucinógenos. Os primeiros relatos de vikings "enlouquecendo" porque comiam cogumelos mágicos foram levantados em hipótese em 1784 por um padre cristão chamado Odmann. Ele chegou a uma conclusão que ligava os Berserkir ao cogumelo agárico, pois ele leu que os xamãs siberianos faziam o mesmo quando estavam se recuperando. Existem dois problemas com essa teoria. Primeiro; os cogumelos são extremamente tóxicos e deixariam qualquer guerreiro sem condições de lutar. Segundo; esses cogumelos nunca foram mencionados em lugar algum até 1784 — muito tempo após a Era Viking.


Entretanto, isso não quer dizer que eles não levaram algo para a dor na batalha. Henbane fedorenta foi descoberto em uma cova berserkr em 1977. Usada como remédio, a planta também servia de tinta de guerra. Se a sombra-da-noite fosse esmagada e transformada em uma pasta, ela poderia ser aplicada em um guerreiro para entorpecer os seus sentidos.



Os efeitos seriam semelhantes a alguém entrando em batalha depois de tomar um monte de Motrin.


FONTE: Military

MILZARSKI, Eric. What Life Was Actually Like for a Viking Berserker. Military. Washington, 02 de mar. de 2020. Disponível em: <https://www.military.com/off-duty/2020/03/02/what-life-was-actually-viking-berserker.html>. Acesso em: 05 de mar. de 2020. (Livremente traduzido pela Livros Vikings)


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